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Engie capta R$ 65 milhões para PPP de Iluminação Pública

Robson Rodrigues – Para Valor Econômico




A Engie obteve um financiamento inédito de R$ 65 milhões para a Parceria Público Privada (PPP) de Iluminação Pública de Uberlândia (MG), gerida pela companhia, por meio de debêntures incentivadas de infraestrutura.


A emissão foi a primeira no Brasil a conseguir enquadrar um empreendimento do segmento de iluminação pública em projetos de infraestrutura pelo Ministério do Desenvolvimento Regional, etapa necessária para promover o lançamento desse tipo de título. A transação tem vencimento em janeiro de 2034 e foi coordenada pela XP.


Em conversa com o Valor, o diretor-presidente de Soluções da Engie, Jacques-Oliver Klotz, que os recursos levantados serão usados no plano de investimento previsto para a PPP de Uberlândia, de R$ 90 milhões. Desse modo, cerca de 70% dos aportes até meados de 2023 serão cobertos por essa captação.


O executivo diz que esta forma de alavancagem deve se tornar referência para as próximas emissões do mercado, abrindo nova frente de financiamento para este tipo de projeto, que há a possibilidade de o setor de infraestrutura se financiar no mercado de capital com emissão de longo prazo.


“A robustez da estrutura contratual nos permite deter um interesse muito alto no mercado para este tipo de projeto e um financiamento de longo prazo a um custo competitivo, já os debenturistas têm um incentivo fiscal que otimiza o custo do capital”


A Engie vai participar dos próximos leilões de iluminação pública e tem uma lista de cidade que pretende firmar parcerias, como Jaboatão dos Guararapes (PE, e é possível que a companhia use outros modelos de financiamentos como bancos de fomento.


O aporte será usado para a troca de aproximadamente 90 mil pontos de iluminação por tecnologia LED, sendo 24 mil equipamentos de telegestão- gerenciamento de rede pública por meio de hardwares e softwares que permite o controle remoto das luminárias e promove a eficiência na manutenção da rede.


A Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Iluminação Pública avalia que o sistema de iluminação pública é a plataforma ideal para incorporar as novas tecnologias necessárias às cidades inteligentes.


Entretanto, a entidade diz que os contratos devem prever a implantação de telegestão em 100% do parque de iluminação e não parcialmente como vem acontecendo, sob pena de dar acesso a recursos de cidade inteligente apenas a parte da população.


O contrato da Engie com a cidade mineira não terá o incremento de novos equipamentos de telegestão. Por outro lado, o modelo contratual inclui receitas acessórias de até 15% para compartilhar as receitas com a prefeitura e, segundo Klotz, os níveis de eficiência energética são crescentes. “Prevíamos no início do contrato uma redução de 50% de economia de energia. Devemos chegar perto de 60%, além de 9 mil toneladas de CO² evitados por ano”, calcula.


Pela frente a Engie deve encontrar forte concorrência. São mais de 50 grupos empresariais que se interessam pelo setor, incluindo companhias de capital aberto e fundos de investimento. Além disso, os deságios nos leilões são cada vez maiores. A companhia francesa já ataca o segmento em nível mundial com cerca de 700 mil pontos de iluminação no mundo e a ambição de chegar a 1 milhão de pontos em 2023.


“Para reduzir as emissões de gases efeito estufa, não devemos focar apenas na geração centralizada, mas também trabalhar no consumo de energia eficiência energética”.


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